A Origem Das Coisas # A SEMANA





Sei que as postagens que cabem na postagem da Semana da Fernanda Reali, falam de fatos acontecidos durante a mesma. O tema que quero abordar tem me "afetado" há tempos, e esta semana ainda mais, então posso dizer que ele foi sim um acontecimento marcante.
Tenho me perguntado muito sobre a origens das coisas, ou seja, de onde vem tanto ódio, tanto preconceito. De onde vem essa incontinência verbal? Deliberadamente se acusam as pessoas por sua raça, credo, opção sexual, opção política...

Me questiono onde foi que se aprendeu a ser assim, em que parte da vida isso se deu. 
Então volto ao assunto EDUCAÇÃO, principalmente aquela dada em casa, recebida de quem nos cria. E não falo somente da cognitiva ou cultural, me refiro e quero mergulhar na EDUCAÇÃO AFETIVA, naquela em que ensinamos nossos filhos a ter respeito e empatia pelo outro, independente de suas escolhas e de sua origem.
O mundo está cheio de crianças que sabem falar mais de uma língua, entendem de informática, cultura, arte e talvez até de economia, sabem escolher o que querem feito adultos decididos e cheio de verdades, mas não sabem, ou não foram ensinadas a cumprimentar o porteiro, ou não são capazes de olhar para o lado e enxergar que há muito mais "coisas" na vida do que elas mesmas. Sim acredito que é de pequenino que se mostra as mazelas e as alegria que existem nesse mundo, repito o que já falei em outro post: se não as conhecerem, como poderão transformá-las? Costumo dizer: nem melhor, nem pior, apenas tento educar meus filhos para que tenham olhos atentos e tenham a capacidade de se colocar nos lugar do outro. Chocar-se com o que estamos vendo não basta, é preciso voltar-se para dentro, furungar nossos conceitos e crenças, mexer naquela caixa com ranços e mofos, deixá-la arejar......... Só uma lufada de ar poderá nos tirar do abafamento em que estamos vivendo.
Costumamos contar os acontecimentos do mundo aos filhos, de forma lúdica e geralmente mais doce do que geralmente são, mostramos principalmente os bons exemplos, acreditamos que ali se aprende mais do que em qualquer outro canto, mas os fatos tristes precisam ser conhecidos, eles trazem aprendizado, principalmente do que não seguir como modelo. Nem tudo é azedume, temos tantas coisas boas acontecendo também, que elas se multipliquem se espalhem, crie ramificações por todos os terrenos, até aqueles que parecem inférteis a ela!
O que tenho pra lhes contar é isso: nossa semana tem sido assim................ de aprendizado.
Fizemos um monte de outras coisas, mas preferi lembrar da semana desse jeito: falando da origem das coisas, onde tudo nasce, tudo vem, tudo cresce, se fortalece ou acaba.





Eu não tenho a triste pretensão de ter resposta pra tudo, sou uma pessoa e mãe cheia de questionamentos e erro muito também. Meu filhos irão para o mundo, sei bem disso, espero, torço muito para que eles sejam elementos de transformação positiva, afetiva e emocional nesse mundo de meu Deus!






Grata pela escuta!




A Teia


Vivemos numa teia, onde se entrelaçam ideias e pensamentos, palavras e sentimentos, se fazem ou se desfazem laços. Estamos num emaranhado de acontecimentos ruins e bons. Difícil pra mim é entender a maldade, a falta de solidariedade, a intolerância que em muitos momentos se espalha, se "agranda" chega até se agigantar. Alguém planta uma erva daninha ali e um tanto de outros colhem, regam, cuidam e espalham a mesma erva, só que aumentada e alimentada. Somos inerentes dos julgamentos, nunca sairemos ilesos, mas podemos escolher o quanto eles nos afetarão. Já disse Martha Medeiros: "Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter, somos juízes indefectíveis da vida alheia... A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só se permitirmos."
"Precisamos ensinar os filhos a tolerar". Quanto a mim, prefiro que eles respeitem, tolerar parece algo imposto, não aceito, não entendido, apenas tolerado.  
As vezes minha vontade é de sentar embaixo do pé de uma das minhas árvores e chorar, por vezes, faço isso, geralmente é um choro intenso, mas breve, porque tenho minhas crias pra educar e uma vida inteira pra ser feliz. Pois é: COMO EDUCAR OS FILHOS NESSA TEIA?
"Rosane, desse jeito tu vai criar uns ETs." Recentemente ouvi isso de uma pessoa, e tenho ouvido outras coisas parecidas. Não pensem que elas passam batido por mim, não mesmo, me questiono, reflito, converso com quem amo e confio, procuro informações e depois de tudo, volto lá para minha intuição, minhas crenças, meus valores, revejo-os, os reescrevo dentro de mim e uso a minha balança interior: peso, e refaço. Algumas Minto para mim mesma, as vezes, só para não ter que tomar outro caminho, pelo menos agora... Tenho alma na roça, com raízes fortes na simplicidade. Tenho em mim aquele tempo em que a gente parava pra conversar com um desconhecido, sem medo de que ele levasse algo de nós. Meus filhos não têm amigos por causa do sobrenome que carregam, ou porque os pais são bem sucedidos e influentes na cidade.  Na verdade, procuro a distância de tudo isso. Quero meus filhos crescendo com os bichos, em contato com a terra, com a natureza... Claro que estão conectados com a tecnologia, com a arte, com a cultura, com o aprendizado cognitivo, com os AMIGOS, com as riqueza e com as pobrezas, com a beleza e a feiura que existe no mundo, se eles não as conhecerem, como poderão transformá-las? Mas, confesso: as vezes meu desejo é criar uma bolha para vivermos dentro dela. Uma historinha: em um dos meus aniversários o marido me perguntou o que eu queria de presente, lhe respondi que queria umas mudas de árvores e flores, ele riu e me falou que queria me dar algo mais pessoal, então eu lhe disse: "me compra umas luvas, um avental e umas ferramentas novas de jardim", o marido riu e no riso saiu um eu te amo! Sou assim, se estou certa ou errada, nem sei... Mas o que esperar de uma menina em que a mãe esmagava folha de louro na testa entre os olhos para que eu sentisse o cheio da folha? 
Estamos vivendo num tempo que chove informações e discrepâncias. Pois bem nessa troca de verdade e inverdades, de desejos e escolhas muitas coisas se revelaram, vejo gente explorando pessoas indefesas, achando graça da desgraça alheia. NÃO SOU NENHUMA SANTA, nem a pessoa mais boazinha do mundo, erro, devo sim cometer maldades, sem percebê-las ou quem sabe até sabendo que as cometi, mas prezo pelo bem. Saber que pessoas próximas a mim enxergam a vida muito diferente e acham normal rir, denegrir, humilhar... Me faz refletir ainda mais sobre o que quero por perto e o que quero bem longe. Eis que nesse emaranhado de coisas tivemos que escolher a escola dos filhos, lá fomos nós nas mais tradicionais e indicadas. Não existe escola perfeita, ainda bem, mas alguns valores realmente se perderam no meio do caminho, não que seja lá a única fonte de tê-los, em casa é que eles se fortalecem, mas acredito que a escola é sim muito influente na educação dos nossos filhos. Por fim escolhemos uma escola que julgamos andar num caminho muito próximo ao nosso, onde o ser humano é mais importante do que qualquer "coisa". Uma escola que tem uma pedagogia voltada para o ser. Católica, mas que respeita todas as outras, no último dia das mães fizeram uma celebração ecumênica: convidaram pastores, padres, budistas, espiritualistas e ateus para darem seu depoimento de FÉ. Achei tão lindo... 
Me sinto bem a vontade em escrever sobre isso aqui na minha caixinha de sapato virtual, temos muitos amigos, porém por alguns deles eu sou meio que uma "ovelhinha negra", pois nossos assuntos e anseios pouco têm em comum, mas essa diferença também faz bem, também ensina, se apara arestas e se refaz conceitos: Um dia levamos nossas crias num evento no shopping, com um grupo de amigos e seus filhos. Na hora de fazer um lanche, sentamos todos na praça de alimentação, ao nosso lado tinha uma mulher gordinha com uma calça bem justa, e daí?? Duas das mães do nosso grupo começaram a fazer deboche, na frente de todos e da filharada: "Se isso é andar na moda então? (risos) Por favor gente... Cada um no seu quadrado.... Essa gordinha não se enxerga." Ninguém falou nada, algumas crianças riram (principalmente os filhos delas). Quando estávamos sozinhos a Raquel me disse: "Né mãe que cada um é do seu jeito, né que cada um pode ser gordo, magro, tatuado, branco, negro, cabeludo..." Me dei conta de que ela estava se referindo a situação vivida anteriormente. Fiquei bem feliz! Desculpa, mas não quero ficar perto de gente assim! Nunca falei ou falo mal de ninguém? Claro que sim, sou humana, mas não desse jeito, não desse jeito, de outro, de outro.............. Não julgo aparências, nunca escolhi amigos na vida por isso. 
Cada um com seu cada qual, cada um que busque aquilo que entende por felicidade. Eu sou sim bicho do mato no que diz respeito a civilização, mas não me poupo e nem pouparei meus filhos do mundo, nem posso fazer isso, não vivemos isolados, fazemos parte da teia, no entanto tento lhes mostrar o que acredito, depois a escolha será deles, e acredito que saberão escolher o melhor! 

Bom gente, escrevi demais, misturei tantas coisas,  
tudo isso pra lhes dizer que eu NÃO TENHO A FÓRMULA 
da boa educação, erro e muito, mas sei de uma coisa: tento educar meus 
filhos para que tenham a capacidade de se colocar no LUGAR DO OUTRO
 nessa TEIA CHAMADA VIDA! 






Um beijo e meu respeito!



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